Para onde foi toda a gente
Não vejo ninguém na avenida
Só um semáforo reluzente
Nesta cidade despida
O relógio olha em redor
Procura mas não encontra
Aqui ninguém larga suor
Aqui ninguém vislumbra a montra
Condenado sem ser julgado
Sou um mosquito na teia
Eu que até me tenho isolado
Pago por burrice alheia
Meia dúzia de habitantes
Deambulam seus cães
Nada é como antes
Na fernão de magalhães
Não há idas não há vindas
Não há rápido não há lento
Não comemoras nem brindas
Enquanto não para o aumento
Condenado sem ser julgado
Sou um mosquito na teia
Eu que até me tenho isolado
Pago por burrice alheia
Estou preso no meu próprio lar
Não levo a mulher a jantar
Estou preso nestas divisões
Aproveito pra escrever canções
Aproveito pra escrever canções
Aproveito pra escrever canções